“É patético que eu queira isso.”, eu ouvi de uma paciente, esses dias.
E a pergunta que eu fiz, em resposta, foi:
“Por que desejos não podem ser só… Desejos?”
Por que precisam ser bons ou ruins? Patéticos ou admiráveis?
Por que desejos não podem ser só a manifestação de intenções, objetivos e ausências?
Por que você precisa olhar para o que seu coração pede e atribuir juízo de valor?
Por que não pode entender que é só um pedido, e não uma obrigação?
Na sessão com minha cliente conversamos sobre como para mulheres não é incentivado ou encorajado o QUERER. Desejar. Ambicionar. Almejar.
Querer algo que não tenho faz de mim ambiciosa. Ingrata, até. Como se o desejar algo a mais automaticamente implicasse na rejeição daquilo que se tem.
Problema com atribuir defeito à desejo é que isso faz com que eles se manifestem cada vez menos.
Por que seu cérebro se ocuparia de manifestá-los, se toda vez que ele tenta fazer isso, recebe punição?
E o resultado disso é que você dificilmente sabe o que quer. Não sabe como quer se vestir, que músicas quer ouvir, em que restaurante quer ir, qual decisão profissional tomar, se quer ir embora ou ficar…
E isso é perigoso porque, se você não está escolhendo, alguém está. Por você.
Alguém que (assim como você) não sabe o que você quer. E muito menos aquilo que você precisa.
E é assim que mulheres chegam não conseguem se reconhecer na vida em que vivem. Não moram onde gostariam. Não tem o corpo que gostariam. Não tem o relacionamento que gostariam. As amizades. A vida profissional. Financeira. Espiritual.
E não tem porque a conquista de objetivos passa necessariamente pela validação de desejos.
Ninguém realiza os sonhos que nunca teve.
Te escrevo essas linhas para te convidar a querer. E validar o desejo. E entender o que ele te conta sobre você. E validar isso também. E calcular se combina com os seus objetivos e valores.
E validar até a incoerência entre os três, caso haja, porque ser incongruente faz parte de ser inteira.
E é inteira que eu desejo que você seja.