Quantas vezes, mesmo querendo muito alguma coisa, você esperou estar boa o bastante para começar?
Estou aqui pensando em quantas vezes eu fiz isso. E em quantas vezes já vi minhas clientes e outras mulheres ao meu redor fazendo o mesmo.
Esperando se considerar, enfim, confiantes o suficiente para falar em público, para então tentar. Esperando se sentirem felizes com o corpo que têm, para usar as roupas que desejam. Esperando sentir menos vergonha, para então propor as posições que querem fazer no sexo.
O caminho não é esperar sentir. É agir para sentir.
Ignorando que o jeito de se sentir confiante em falar em público… é falando em público. Primeiro para micro audiências – quem sabe num jantar com amigos, contando uma história em voz mais alta, como quem pede toda a atenção para si. Depois, para pessoas menos familiares, talvez colegas de trabalho. E por aí vai, até que se chegue à audiência desejada.
Ignorando que, se esperarem estar felizes com o corpo que têm para usar as roupas que querem, talvez nunca construam a habilidade de contentar-se com o que têm. E, por isso, vivam sempre insatisfeitas. E, por falta de estímulo positivo (que se verem o mais bonitas possível no espelho poderia ser, neste exemplo), nem se disponham a tentar melhorar, como poderiam. Não entendem que, quanto mais bonitas se verem no espelho, maior a chance do esforço para ficar mais e mais e mais vir.
Ignorando que precisam ser pelo menos um pouco mais ousadas, na cama, para um dia conseguirem pedir o que querem, preferem e gostariam no sexo. Porque se nunca enfrentarem o desconforto que sentem, e esperarem deixar de sentir vergonha para só então, começar a fazer, talvez passem a vida insatisfeitas com o que vivem na cama. Porque vergonha é coisa que se supera de nenhum outro jeito além de com enfrentamento.
Não tem habilidade que se construa sem treino.
Não tem desejo que seja realizado sem esforço.
Não tem desconforto que se supere sem exposição.
Você precisa fazer.
Aquilo que não quer, aquilo que te dá medo, que te põe ansiosa, assustada, envergonhada. Em doses toleráveis de desconforto, é claro, para que amanhã você tenha disposição para continuar fazendo. Mas fazer.
Comece dentro do seu limite de desconforto
Defina tuas metas e traça teu plano.
Quanto desconforto você consegue tolerar AGORA? Faça algo que fique dentro desse limite, por menor que ele te pareça. Faça.
No momento seguinte, por amor de tudo, comemore. Você conseguiu superar alguma coisa! 🙂
Comemorou?
Agora considere: qual seria o próximo passo? Qual o próximo desconforto que você consegue tolerar? E o que vier depois dele? E o seguinte? E caminhe assim, até que se veja no lugar que você deseja chegar.
O que não dá é pra viver uma vida cheia de desejos, mas organizada pelo desconforto.
