Amizades que curam

Eu sei que você já sabe disso, mas existem encontros que tem a potência de mudar completamente nossa compreensão sobre relacionamentos. Foi assim com a Fafa, que hoje é minha melhor amiga, numa manhã que começou despretensiosamente com um café e terminou sendo um divisor de águas na minha vida.

Eu tinha 27 anos e nós passamos horas conversando na piscina da fazenda. Falamos sobre sonhos, medos, dinheiro, relacionamentos, planos para o futuro, angústias, superações e desejos. Mal lembramos de comer, e passamos quilômetros de pensar em álcool.

Foi como se tivéssemos encontrado uma fonte inesgotável de conexão através das palavras.

Me lembro de sentar sozinha no sofá depois dela ter ido embora e pensar, quase incrédula: “é assim que poderia ser?”. Aquela pergunta ecoou em mim por dias, me fazendo repensar todas as minhas conexões.

Eu vinha de um histórico de amizades onde me sentia constantemente deslocada. Pessoas extremamente queridas, divertidas, interessadas, mas que estavam em fases completamente diferentes da vida, com outros interesses, outras prioridades, ou que eram simplesmente, em essência, muito diferentes de mim. 

Eu me adaptava, tentava encontrar pontos em comum, mas sempre havia aquela sensação de que algo estava faltando.

O que aquele fim de semana com a Fafa me ensinou foi a diferença crucial entre desabafar e transformar. Todas nós precisamos de espaços para compartilhar nossas frustrações – isso é válido e importante. Mas existe algo profundamente diferente quando o compartilhamento vem acompanhado de reflexão, de questionamento, de desejo genuíno de crescimento.

Foi ali que experimentei o poder terapêutico de certas conexões. Como algumas pessoas têm o dom natural de nos fazer olhar para dentro, de nos estimular a pensar diferente, de nos inspirar a ser melhores versões de nós mesmas, ou até de apaziguar nossas inquietudes em relação a quem somos.

A partir daquele dia, comecei a ser muito mais intencional com as pessoas que teriam acesso a mim, por entender que nossas conexões moldam quem nos tornamos. Que certas amizades são verdadeiros catalisadores de crescimento.

Como psicóloga, observo diariamente o impacto transformador que relacionamentos significativos têm em nossas vidas. É fascinante ver como encontrar as pessoas certas, no momento certo, pode acelerar processos de cura e crescimento que pareciam impossíveis.

É por isso que acredito tanto no poder dos encontros intencionais entre mulheres. Quando criamos espaços seguros para compartilhamento verdadeiro, para vulnerabilidade com propósito, para trocas que vão além da superfície, algo mágico acontece.

Vejo isso acontecer nos grupos que conduzo – mulheres que chegam achando que estão sozinhas em suas questões e descobrem toda uma rede de apoio e compreensão. Que começam compartilhando desabafos e terminam construindo insights profundos sobre si mesmas.

Porque há uma diferença fundamental entre ter alguém para ouvir nossas histórias e ter alguém que nos ajuda a reescrevê-las. Entre encontrar compreensão momentânea e construir entendimento duradouro. Entre desabafar e transformar.

Aquele fim de semana com a Fafa me ensinou que podemos – e devemos – ser seletivas com nossas conexões. Que está tudo bem buscar ativamente pessoas que nos inspirem a crescer e que nos mostrem novos caminhos.

Hoje, olhando para trás, vejo como aquele momento foi semente para muito do que faço profissionalmente. Como aquela experiência de conexão genuína moldou minha forma de trabalhar, de conduzir grupos, de criar espaços onde outras mulheres possam vivenciar suas próprias descobertas transformadoras.

Porque às vezes tudo que precisamos é de um espaço seguro, de pessoas certas, e da permissão para sermos verdadeiras – com os outros e com nós mesmas. E você, quando foi a última vez que teve uma conexão verdadeiramente transformadora?

@chloepgrimm
me acompanhe no Instagram

Sou apaixonada
por ajudar!

Considero um privilégio imenso poder ajudar mulheres como trabalho.

Deixe seu nome e e-mail ali do lado >
para receber algumas doses de leveza.

Newsletter

© Chloé Pissini © 2022 Direitos Reservados Desenvolvido por Move Agency